Anualmente a indústria da moda, emite quantidade de gases de efeito estufa maior que a soma das economias da França, Alemanha e Reino Unido. Volumetricamente, a água suja desta indústria encheria todo o Mar Mediterrâneo a cada ano.
Para atender o estabelecido pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, ratificado no acordo de Paris de 2015, até 2030, a indústria da moda precisará reduzir suas emissões pela metade, ou então excederá o valor crucial de 1,5 grau estabelecido como limite para abrandar as mudanças climáticas.
Seguindo o ritmo atual, em 2030, a moda estará emitindo 50% mais poluentes que o estabelecido. Com esses números, a moda emitirá cerca de 2.1 bilhões de toneladas de CO2., volume que pode elevar a temperatura da Terra em 2 graus, suficiente para elevar o nível dos oceanos em mais de 1 metro.
Com isso muitas regiões e cidades costeiras serão inundadas e uma grande porcentagem do estoque da água doce será salinizada. Mais de 70% do CO2 emitido pela industrialização de roupas vem da Preparação, Tinturaria, Estamparia, o que é invisível para quem vende e para quem compra o produto final.
Quando se trata de poluição e agressão ambiental, a indústria da moda só perde para a petrolífera. Diante desta situação tão crítica e o baixo nível de ações corretivas vindo da indústria, é imperativo maior é necessário agir com muito mais amplitude para
reduzir os 10% das emissões de gases de efeito estufa e as mais de 92.000 toneladas anuais de poluentes tóxicos despejados pela moda no planeta.
ALGUNS MOVIMENTOS QUE AJUDAM
SOBRAS DE ESTOQUE
Os maiores problemas da indústria do vestuário, por extensão, da moda, são dois: A enorme poluição do planeta e a sobra de estoques de roupas não vendidas. Roupas não vendem por vários motivos e um dos mais importantes é a sobra de estoque. Sobram estoques por causa de desenvolvimentos equivocados, por cores que não vendem há mais de 20 anos e por excesso de produção. Na média anual, são fabricadas 10 roupas novas para cada habitante da Terra. Por isso as cores das roupas estão ficando mais neutras, as coleções estão menores, mais atemporais e mais dirigidas por dados de mercado, ao invés de serem construídas por meio de visões ilhadas, tendências de cor e de moda.
VISÃO DO COMPRADOR DE ROUPAS
Acredito que a maior força para limpar a indústria da moda é a de quem vende (o lojista) e o comprador a roupa. O lojista pode escolher produtos com maior contribuição à saúde da nossa casa planetária e para o benefício de seu cliente. O comprador pode comprar menos itens, escolher produtos mais duráveis e provenientes de uma indústria ambientalmente mais responsável. Outra grande contribuição do comprador de roupas: não há mais preconceito sobre roupas usadas, tanto é que já em 2030 o volume de usadas deve ultrapassar a campeã absoluta de vendas, a fast fashion. O varejo com seus dois agentes principais – o lojista e o cliente – tem a força para levar a moda a uma condição melhor.
IDENTIFICADORES DIGITAIS
No quadro geral de hoje, sabe-se muito pouco de onde a roupa veio e o que acontece com ela depois da venda, mas este vácuo de informações está mudando com sistemas de identificação digitalizados. Por meio de códigos QR de alta solidez a lavagem, uma roupa pode ser seguida enquanto estiver inteira e em estado de uso. Isso é bom para todo mundo – para o para o fabricante, o lojista, o comprador e principalmente para o planeta. Um dado muito importante da identificação digital é a composição da fibra da roupa. Fibras naturais são mais fáceis de reciclar. Fibras mistas são mais difíceis. Poliéster é maior emissor de microplásticos que já contaminaram todas as águas oceânicas do mundo, a água potável que bebemos e até nossas células cerebrais.
A identificação digital permitirá escrever a história completa da roupa, o que ajudará a escalar a economia circular.
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Referências:
Este texto é um resumo da matéria do site www.medium.com (https://medium.com/@max.easton93/fashion-in-2040-part-3-3-db1a52211905), dados da Mckinsey Corp sobre o tema Futuro da Moda, somados a visões da ArtZone.
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